A APEESP havia solicitado no dia sete de janeiro uma audiência com o secretário da Educação, Herman Voorwald, e foi recebida no dia catorze de fevereiro, em uma reunião de uma hora e meia. Participaram o secretário e três funcionárias da secretaria, o presidente e a vice-presidenta da associação.
Começamos afirmando que a APEESP gostaria de manter um diálogo constante com a Secretaria da Educação e colocar-se à disposição para colaborar no que for possível. Também dissemos que nos acompanhariam professores da USP, que infelizmente não puderam comparecer por motivos de força maior e que pediram que disséssemos que também os professores das universidades estariam à disposição para colaborar.
Dito isso, propusemos uma pauta e entramos nos três seguintes pontos:
1- Sobre a inclusão do espanhol na rede básica do estado, como disciplina curricular:
Reivindicamos a inclusão do espanhol como disciplina curricular nos três anos do EM, não apenas para cumprir a lei federal 11.161, mas também para melhorar a formação dos alunos. Afirmamos que o Estado de SP inclui a disciplina apenas no primeiro ano do EM, como opção para os alunos, de forma muito complicada (há relatos de muitos problemas, como falta de informação e alunos que não conseguem cursar a disciplina).
O secretário apontou a dificuldade em incluir novas disciplinas na grade curricular, devido ao limite de tempo. Também afirmou que há dificuldades em conseguir professores, principalmente em lugares mais distantes da capital, ao que respondemos que avaliamos que no estado de SP não faltam professores de espanhol e demos o exemplo do último concurso da prefeitura de SP, em que houve cerca de 650 inscritos para dez vagas.
O secretário afirmou que há três tipos de grade no ensino médio que estão sendo construídos para dar opções aos alunos: o ensino tradicional, o ensino integral e o concomitante (EM com formação técnica, em parceria com o Centro Paula Souza e o Instituto Federal). Foi decidido que faremos uma reunião de trabalho entre a APEESP e duas coordenadoras da secretaria para conhecer as grades curriculares e tentar incluir o espanhol.
2- Concurso público para professores de espanhol:
Reivindicamos a inclusão da disciplina no próximo concurso e apontamos que na rede estadual não há nenhum professor concursado para a língua espanhola, pois esta nunca foi incluída em concursos.
O secretário afirmou que está programada a abertura de um concurso para este ano. Quanto à inclusão do espanhol no concurso, não deu perspectivas concretas e afirmou que esse tipo de inclusão depende de uma avaliação do Recursos Humanos da Secretaria.
3- Espanhol Online:
Pedimos mais informações sobre o curso, o convênio realizado, o custo desse convênio, quem o avaliou, quem o coordenará etc.
O secretario e as funcionárias responderam que os cursos de línguas devem oferecer possibilidades aos alunos da rede e que não devem substituir disciplinas da grade curricular. Foi feito um contrato não oneroso (sem nenhum custo) com o Universia. O curso foi avaliado por profissionais da própria secretaria.
Afirmamos a qualidade da produção acadêmica sobre o ensino do espanhol no Brasil, realizado pelas universidades estaduais paulistas, por outras universidades no estado de SP e no Brasil. Relatamos de modo muito rápido o caso do acordo MEC-IC e a avaliação de que o curso foi avaliado como impróprio e cancelado pelo MEC. Solicitamos acesso para uma equipe de professores e acadêmicos das universidades conhecer e avaliar o curso, o que foi aceito imediatamente.
Além disso, o secretário e a assessoria contaram que o curso de inglês on-line foi desenvolvido pela secretaria, com seus funcionários e professores, a partir de um material didático impresso que já havia sido desenvolvido antes por professores do CEL. Há ainda um curso de mandarim sendo elaborado em parceria com o Instituto Confúcio. No caso do espanhol, os CELs usam três materiais didáticos: “Síntesis”, “Enlaces” e “El arte de leer en español”. Além disso, há a ideia de fazer um material didático próprio, que também poderia ser adaptado para a plataforma on-line. E propuseram que seja formado um grupo de trabalho unindo a secretaria e a APEESP para desenvolver um curso de espanhol on-line para o estado de SP. Aceitamos a proposta.
Por fim, dissemos ao secretário que faremos as reuniões com os funcionários da secretaria e que gostaríamos de futuramente agendar uma nova reunião para avaliar os resultados.
Em vista de tudo isso, a diretoria da APEESP convocará uma assembleia para tratar dessas questões com todos os associados, a ser realizada no dia 9 de março.
São Paulo, 18 de fevereiro de 2013.
Diretoria da APEESP
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